Em Minas Gerais, que tem a maior malha rodoviária do país, o número de assaltos a ônibus aumentou quase 50%, de janeiro a agosto deste ano em relação ao ano passado. Eustáquio e a irmã tiveram a viagem interrompida.
“Renderam o motorista, já atirando nele. Eu servi de escudo para o pessoal, no momento que eles entraram no ônibus”, lembra o funcionário público Eustáquio Corrêa.
Durante o assalto, um adolescente foi espancando e levou um tiro: “Bateram em mim até não poder mais. O menorzinho foi lá e me deu o tiro”.
Os caminhos mais perigosos do país, segundo a polícia, são as BR-232, que corta o sertão nordestino; a BR-153, conhecida como Belém-Brasília e a BR-050, que liga o Centro-Oeste ao sul de Minas Gerais.
“Escutamos um barulho e eu pensei que o ônibus tivesse batido em algum carro. Quando olhei pela janela, não. Eram assaltantes descendo, encapuzados”, descreve a pesquisadora Cleo Fante.
As quadrilhas agem quase sempre à noite. Com carros e armas pesadas, os bandidos obrigam os motoristas a parar. Para não levantar suspeitas, o ônibus é levado para fora da estrada.
“Muitas vezes a viatura está passando pelo trecho principal e não consegue visualizar esse veículo escondido no meio de plantações. A Polícia Rodoviária Federal só vai tomar ciência dessa ocorrência quando o assalto acaba”, admite o inspetor Aristides Amaral Júnior, da Polícia Rodoviária Federal.
As empresas investem em proteção: escolta. e, dentro do ônibus, vigilantes à paisana.
“Ano passado estávamos com uma média de oito assaltos por mês em veículos e nas paradas em rodovias.
Com as ações preventivas que nós adotamos, nós estamos passando para dois assaltos/mês”, calcula o gerente de operações Sérgio Moreira
“Nós somos trabalhadores, nós pagamos nossos impostos em dia e não temos tranquilidade para viajar pelo país”, diz o funcionário público Eustáquio Corrêa. veja também:
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