Em entrevista à TV Anhanguera, a jovem apresentou outra versão e disse que o irmão teria dito que havia recebido alta e, por isso, foi buscá-lo. “Ele estava no corredor e me disse que estava de alta. Aí eu vesti as roupas dele e fomos embora”, afirmou.
Na segunda-feira (26), a polícia ouviu o vigilante, que admitiu ter errado ao não impedir a fuga do suspeito. “Ele disse que viu toda a ação e sabe que cometeu um equívoco, mas não detalhou os motivos de não interferir na ação”, explicou o delegado.
O vigia disse que sabia que o suspeito não poderia receber visitas. “Existe uma listagem das pessoas autorizadas a entrar no local e, no caso dele, não havia permissão”, disse Soares. Com o depoimento da irmã, o delegado acredita ter esclarecido os motivos da facilitação da entrada no hospital. “Agora, com o relato da jovem, tudo ficou claro”, contou.
Dois homens suspeitos de participar da fuga também prestaram depoimento à polícia. Um deles afirmou que o plano foi arquitetado pela irmã do rapaz. “Tudo foi combinado entre o jovem e a irmã por um telefonema que ele fez usando o celular de outro paciente do Hugo”, informou Waldir Soares.
O inquérito sobre o caso deve ser concluído dentro de 20 dias. Dos quatro suspeitos de ajudar na fuga, dois estão presos e um ainda não foi identificado. Todos vão responder por facilitação de fuga, crime que tem pena que pode chegar a seis anos de reclusão. O vigilante também pode ser indiciado.
Outros depoimentos
Nesta terça-feira (27) também prestaram depoimento as enfermeiras que trabalhavam no Hugo no dia da fuga. Uma delas, que tomava conta do suspeito, afirmou que não viu o momento em que ele deixou a unidade. No entanto, ressaltou que ele estava agressivo. “Ele xingou a gente e não tinha nenhum policial por perto”, relatou.
Já a enfermeira chefe do 5º andar, onde ficam os presos escoltados, contou à polícia que o suspeito estava no 1º andar, em função da superlotação. “Estávamos com nove pacientes e o andar é o único apropriado para atender presos, pois tem grades semelhantes a uma cela”, explicou.
Resgate
A fuga do suspeito aconteceu na última terça-feira (20). O rapaz estava internado sob custódia desde o dia 15 deste mês, após ter sido ferido em uma troca de tiro com a polícia. Imagens de câmeras do Hugo mostraram o jovem deixando o hospital. Primeiro, o suspeito aparece nas cenas na enfermaria do centro de saúde. Momentos depois, mesmo baleado, ele é flagrado empurrando a cadeira de rodas de costas e se apoiando na parede. As câmeras também filmaram a chegada de quatro pessoas no hospital, que teriam auxiliado na retirada do jovem do local.
Ele foi recapturado na quinta-feira (22), em Aparecida de Goiânia, Região Metropolitana da capital durante um racha. De acordo com a polícia, o jovem estava em uma casa com duas mulheres enquanto conhecidos faziam manobras arriscadas em uma avenida do Setor Chácaras São Pedro.
Motivos
Ainda sem conseguir andar, o jovem fugitivo prestou depoimento à polícia no último dia 23. Ele contou que deixou a unidade de saúde por considerar que não estava recebendo um bom atendimento. “Não estava tendo o tratamento que eu esperava ter. O povo deixava eu jogado lá. Até para eu fazer minhas necessidades, estava difícil. Aí eu grilei”, disse.
Em nota enviada ao G1, o Hugo rebateu às críticas do rapaz e informou que o paciente recebeu todo o atendimento necessário durante a internação. Além disso, ele foi avaliado por uma equipe médica multidisciplinar e recebeu quatro refeições diárias (café da manhã, almoço, lanche e jantar).
Do G1 GO, com informações da TV Anhanguera veja também:
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