Usuários de crack invadem e furtam em prédios em construção no BGV - RS

JornalAgora-05/03/13: Um boletim de ocorrência registrado por vigias que trabalham nas obras de construção dos apartamentos BGV I e II, na rua Dom Pedro II, no bairro Getúlio Vargas, revela que pessoas não autorizadas estão entrando na obra para furtar. Os vigias dizem que são ameaçados quando chegam perto. Dizem ainda que tais pessoas já causaram vários danos no local. Os ladrões têm acesso à obra por várias entradas existentes ao longo da construção, sendo praticamente impossível controlar todas.

Obras estão paradas desde o ano passado.
Foto: Leandro Carvalho

O delegado da Delegacia Especializada em Furto, Roubo, Entorpecente e Captura, Defrec, Ronaldo Coelho, diz que este tipo de furto é coisa de usuário de crack. Para poder sustentar o vício, eles entram em qualquer lugar para furtar qualquer coisa que possa se transformar em uma pedra de crack. São eles, também, os responsáveis pelos assaltos que estão ocorrendo no centro da cidade e, também, os assaltos a coletivos urbanos. "Eu sempre falei que os assaltos maiores são feitos por gente de fora. Eles têm cobertura e informações de gente daqui. Mas o plano e o assalto é feito por gente de outros locais", acredita o delegado.

Mas o problema do usuário de crack, segundo o delegado, não é de segurança pública e sim de saúde pública. " A sociedade não pode mais fechar os olhos para este problema e fingir que não existe", enfatiza. Para ele, é muito interessante o projeto de internação compulsória, que já acontece em São Paulo. "Como deixar uma pessoa que é usuária de droga, que não tem mais o comando de si, decidir se quer ou não ser internado? Acredito que deva-se começar a levar a sério essa questão", acredita o delegado Ronaldo.

Ele aponta os prédios abandonados como mais um problema. Estes são utilizados por usuários de droga, que entram nos mesmos e acabam depredando o que resta. Utilizam, também, como abrigo para se esconder e até praticar assaltos. "Formam verdadeiros grupos e quando não há mais nada para tirar do prédio, partem para outros outros lugares. Eles roubam tudo que é de alumínio e ferro. E por que isso? Porque tem mercado que compra". Rio Grande, ao contrário do que muitos pensam, está tomada pelo crack. Soluções para terminar com esta situação deverão ser tomadas com urgência pelas autoridades e pela sociedade civil.

Por Anete Poll

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