TribunaHoje-12/02/13: Roberto Cardoso Tavares, 44, é um homem devastado. Após 20 e poucos anos fazendo bicos como segurança, ele acha que não volta tão cedo a esse trabalho, pelo menos em lugares fechados. Sobrevivente do incêndio de 27 de janeiro na boate Kiss, que deixou 239 mortos até agora, Roberto tem dificuldades para esquecer o que passou e viu.
"Foi um inferno brabo lá, parecia uma guerra", diz ele, a voz monótona. "Tenho lembranças terríveis daquele dia, não sei se vão passar." Memórias que incluem o salto alto de uma menina perfurando o olho de outra no chão e corpos empilhados no banheiro da boate. "Quem entrou lá não conseguiu sair, e quem caía no chão morria pisoteado."
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Fachada da boate Kiss após o incêndio. Foto: Reprodução Tribuna Hoje |
Segundo amigos, o segurança está abatido. Ao UOL, Roberto diz que não consegue dormir mais de duas horas por noite, e que tem visto um psicólogo duas vezes por semana e rezado sempre. As duas filhas, de 18 e 24 anos, que moram na cidade, o visitam diariamente.
"Acho que, no momento em que voltar a trabalhar, eu supero (o trauma)." O aluguel deste mês, de R$ 270, ele pagou com a ajuda do CTG (Centro de Tradições Gaúchas), onde trabalha como faz-tudo, sem registro e por um salário mínimo (R$ 670,95). O aluguel do mês que vem Roberto ainda não sabe como pagará, pois está sem trabalhar desde a tragédia.
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