Jornal G1 - 06/05/12: Um segurança da Policlínica do bairro São Pedro, em Vitória, recebeu voz de prisão durante um tumulto com um homem, na manhã deste domingo (6). Segundo pacientes que estavam na unidade de saúde, o autônomo Laerte Mercier chegou nervoso ao local buscando atendimento para a esposa, e criou um atrito com o segurança. O homem chamou o filho policial, que deu voz de prisão ao segurança, alegando desacato. Segundo o delegado de plantão do Departamento de Polícia Judiciária (DPJ) de Vitória, Marcelo Nolasco, o caso será encaminhado para a corregedoria da Polícia Militar para apurar a atitude do policial.
Policlínica de São Pedro, onde o tumulto aconteceu. Foto: Reprodução/TV Gazeta |
Mas, segundo a Secretaria de Saúde de Vitória (Semus), no início da manhã deste domingo (6), o tempo médio para atendimento dos pacientes era de 20 minutos, e que a paciente em questão foii atendida 10 minutos após dar entrada no Pronto Atendimento pela médica de plantão do local.
Quem estava no local disse que a policlínica estava praticamente vazia e que não houve demora no atendimento. “Cheguei por volta de 6h25 para trazer minha neném, estava tão tranquilo que ela foi atendida em menos de dez minutos”, contou a vigilante Natalicia dos Santos. A técnica de enfermagem Daliane Silva disse que o paciente se exaltou. “A médica vinha atender, pediu para aguardar cinco minutos, só que ele entrou, bateu em todas as portas, o segurança veio e pediu para ele sair”, relata.
Tumulto
De acordo com as testemunhas, o segurança chegou para trabalhar e antes mesmo de colocar o uniforme, percebeu o tumulto e tentou ajudar. O autônomo não gostou e chamou a polícia. O filho, que também é policial, chegou ao local, e acabou dando voz de prisão ao segurança. “O vigilante me desacatou e ao meu filho também. E meu filho não sabia de nada, porque eu chamei o Ciodes”, explica Laerte.
O delegado Marcelo Nolasco explicou que a voz de prisão foi ordenada pelo filho do policial, e não pelos militares enviados pelo Ciodes. "O rapaz veio ao DPJ só para prestar esclarecimentos, mas não foi preso. Foi uma atitude do filho do rapaz que fez as reclamações, que será apurada", disse.
O médico Diógenes Schuartz disse que ficou indignado com a situação. “É o fim do atendimento médico de qualidade. Os pacientes já chegam muito alterados e acabam agredindo. Infelizmente, aconteceu essa experiência hoje e foi meu último dia, não trabalho mais em pronto atendimento público”, conclui.
Do G1 ES, com informações da TV Gazeta veja também: