Jornal Pequeno-07/05/11: O Ministério da Justiça lançou ontem, a nova Campanha Nacional de Desarmamento, com a promessa de inutilizar as armas no ato da entrega, acelerar a indenização e assegurar anonimato aos voluntários. No Maranhão, a campanha foi lançada pela Polícia Federal (PF) que assegurou as inovações da ação e revelou que a mesma foi antecipada em um mês em reação à tragédia de Realengo, onde um atirador matou 12 crianças nas salas de aula de uma escola municipal, há um mês.
Segundo o delegado Pedro Meirelles, da PF, as principais novidades são que o cidadão não precisa dar nenhuma informação a seu respeito, nem da origem da arma e a mesma será inutilizada no momento da entrega. Na sequência, as armas serão enviadas para o deposito da PF onde permanecerão até o dia da destruição total, que será feita pelo Exército.
“Outra novidade será a indenização que não será mais depositada na conta dos voluntários, como da última vez. Elas receberão um voucher do Banco do Brasil e poderão retirar o dinheiro no terminal de saque de qualquer agência no país”, disse ele.
O novo procedimento de indenização foi adotado devido a problemas ocorridos na última campanha. O valor varia entre R$ 100 e R$ 300, de acordo com o modelo e porte da arma.
Menos armas, menos crime. De acordo com a autoridade policial o objetivo da campanha é retirar a maior quantidade de armas possível de circulação e reduzir a taxa de homicídios no país. “Os números comprovam que a redução do número de armas em circulação tem efeito positivo sobre a redução de homicídios. Portanto, diante de toda aquela tragédia esperamos que as pessoas se sensibilizem e entreguem suas armas, evitando assim outros fatos lamentáveis como o de Realengo”, revelou Pedro Meirelles.
A atual campanha é a terceira realizada pelo Ministério da Justiça. Nas duas anteriores (em 2003/2004 e 2008/2009) foram entregues, respectivamente, 460 mil e 40 mil armas em todo o país. No período, de acordo com o Ministério da Saúde, o número de homicídios por armas de fogo caiu 11% no país. A estimativa é haja cerca de 16 milhões de armas no Brasil, das quais pouco menos da metade (7,6 milhões) pertenceriam às forças de segurança do governo, e o restante estaria em situação ilegal.
No Maranhão, desde que a campanha foi criada foram entregues 2932 armas. Sendo 127, em 2008; 52 armas de fogo, em 2009; cinco, em 2010; e 12 em 2011.
Campanha do Desarmamento já começa com falhas, diz especialista
Ontem, foi lançada a nova campanha do desarmamento. O objetivo do governo federal é recolher o maior número de armas possível. No entanto, uma série de novidades previstas, como a destruição da arma já no ato da entrega e a ampliação dos postos de recolhimento como igrejas e ONGs colocam em risco a sociedade.
Bene Barbosa, presidente do Movimento Viva Brasil e consultor de segurança, aponta várias falhas do novo projeto. Na avaliação do especialista, estas entidades não são apropriadas para receber armas, pois além de não possuírem autorização para este fim, não possuem estrutura necessária. “Frequentemente a imprensa noticia a invasão de criminosos em depósitos judiciais e até mesmo em delegacias, imagine se armas estiverem depositadas em locais que não representam a mínima segurança? Além disso, elas seriam destruídas a marteladas. Agora, já pensou se no momento da destruição uma destas armas estiverem municiadas?”, comentou Barbosa.
Outra questão que precisa ser abordada é a do anonimato. De acordo com as informações divulgadas pelo Ministério da Justiça, o cidadão poderá entregá-las. No entanto, ele precisará da Guia de Trânsito emitida pela Polícia Federal, que segundo informações do órgão, o cidadão não precisará se identificar. “Isso é no mínimo estranho, pois como será emitida uma guia sem nenhum dado do cidadão?”, disse Barbosa. Por outro lado, a não necessidade de identificação para o transporte destas, até um posto de entrega, facilitará o desvio. “O bandido, antes de cometer um crime, poderá emitir uma guia sem identificação. Caso ele seja preso, poderá alegar em sua defesa que esta se dirigindo a um posto de entrega. E ainda, emitir quantas guias achar necessário”, concluiu. veja também:
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