Jornal eBand-17/10: A mais recente tática dos bandidos de seguir suas vítimas desde as agências bancárias – conhecida popularmente como “saidinha de banco” - começa a fazer uma grande vítima em todo o país: o telefone celular.
O aparelho, fundamental para a operação dos criminosos, começa a ter seu uso restrito em várias instituições financeiras, graças a leis em âmbito municipal e até estadual. A iniciativa, que até então ocorria em grandes e médias cidades, agora chega aos pequenos municípios.
Até agora, segundo a Febraban (Federação Brasileira de Bancos), 16 cidades aprovaram leis proibindo o uso de celular em bancos. Do total, três são grandes capitais: Manaus (a primeira cidade do país a aprovar a lei, ainda no ano passado), Salvador e Curitiba. Outras cinco são de pequeno porte, com menos de 100 mil habitantes: São Roque, Nova Odessa e Louveira (SP), Canguçu (RS) e Balneário Piçarras (SC).
A maioria esmagadora das cidades é do Estado de São Paulo: nove. O Paraná conta com duas cidades (a capital e Araucária).
Rio de Janeiro
A partir de agora, o número de cidades pequenas a proibir o uso de celular em bancos cresce consideravelmente, graças ao Estado do Rio de Janeiro. A Assembleia Legislativa fluminense aprovou no último dia 5, em discussão única o projeto de lei 3.104/10, que determina o veto.
O texto é do deputado Domingos Brazão (PMDB), que afirma ter se inspirado em norma argentina para criar a regra. O parlamentar acredita que a lei pode impedir a proliferação da “saidinha de banco” em todo o Estado. Além de celulares, também estão proibidos rádio transmissores, palm tops e similares. Funcionários dos bancos e vigilantes serão responsáveis por garantir o cumprimento da norma.
Críticas
Apesar da expectativa de redução na incidência de assaltos próximo às agências bancárias, a lei recebe críticas de entidades, tanto dos bancários quanto das instituições financeiras.
Em nota, a Febraban afirmou que a lei, “por restringir direitos, causará transtornos e desconforto às pessoas que estiverem no recinto das agências bancárias”. A entidade ressalta ainda que os bancos não têm poder de polícia para proibir o uso dos celulares nas agências.
No entanto, a entidade recomenda a seus associados que adotem as providências para que a norma seja cumprida.
Mais incisiva nas críticas é a Contraf (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), que classifica a lei como “inócua”. “Ela não impede o crime da saidinha de banco. O que impede são mecanismos que impeçam a visualização dos saques, como divisórias individualizadas nos caixas e biombos entre a fila de espera e a bateria das caixas”, explica o coordenador do coletivo nacional de segurança bancária da entidade, Ademir Wiederkehr.
Para ele, um bandido pode perseguir a vítima mesmo sem celular. “A intenção da lei é boa, mas não vai trazer resultados”.
Wiederkehr frisa que deixar o controle dos celulares a cargo de funcionários do banco e vigilantes é prejudicial para o funcionamento da agência. “O bancário já tem muito trabalho. E o vigilante já tem de controlar o fluxo de pessoas, a porta de entrada. Ele teria de abandonar as tarefas. Ou então, os bancos teriam de contratar gente apenas para esta função”.
Outros problemas são apontados pelo dirigente. “Imagine um gerente sem poder usar um celular. Como ele vai atender alguns clientes? E se um médico for ao banco e receber um chamado de urgência”? veja também:
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