Manifestantes tentam ir ao cinema sem pagar e entram em confronto com supostos seguranças - MG


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OTempo-06/08/2013: Uma manifestação que tinha como objetivo lutar contra a aprovação de um projeto de lei que destina apenas 40% dos ingressos dos cinemas aos estudantes que, atualmente, têm direito à meia-entrada, acabou em confusão na tarde desta terça-feira (6) no Shopping Cidade, localizado no centro de Belo Horizonte.

Por volta de 13h30, um grupo de 30 pessoas associadas à UNE (União Nacional dos Estudantes), munidos de cartazes e palavras de ordem, saíram da praça Afonso Arinos e se dirijam ao centro de compras. Lá, eles tentaram invadir uma sala de cinema para assistir, de graça, à sessão de 15h30, na qual seria exibido o filme "Wolverine", como uma forma de protestar contra a medida que está em vias de aprovação.

"A ideia é assistir ao filme sem pagar, e este ato está acontecendo em outras cidades do país. Vamos ocupar o cinema para protestar contra o valor de apenas 40% das entradas destinadas à meia-entrada", disse a estudante Isabela Rodrigues, de 24 anos.

Porém, a ideia foi frustrada por alguns seguranças. Ao subir as escadas para assistir ao longa, os manifestantes se depararam com uma barreira formada por alguns homens que se diziam seguranças. Houve um confronto entre as partes, e três manifestantes foram feridos. Um deles teve a camisa rasgada e outro teve o celular "apreendido" por um dos homens. Além disso, o terceiro manifestante agredido chegou a ser algemado por um dos seguranças. Eles chamaram a polícia e foram orientados a fazer um boletim de ocorrência contra o shopping e a Cineart, empresa responsável pela exibição dos filmes na maioria dos shoppings na capital.

O restante do grupo continuou no local e se manteve sentado perto da bilheteria por cerca de uma hora e meia mas, após muita conversa com a polícia, eles decidiram deixar o shopping. O tenente Isidoro da Polícia Militar, informou que o argumento utilizado para convencer os manifestante a deixar o local foi o fato de estarem incomodando as outras pessoas. "Em local público se pode gritar, fazer tumulto, mas em local privado, como é o caso do shopping, isso é proibido", explicou o tenente.

Seguranças
Os homens que se apresentaram como seguranças não usavam o uniforme do shopping, o mesmo utilizado por todos os funcionários responsáveis pela segurança do local. A assessoria do Shopping Cidade informou que os seguranças envolvidos na confusão foram contratados pela Cineart e não pelo shopping. Já o gerente geral da cadeia de exibição Cineart e também diretor do Sindicato das Empresas Exibidoras de Minas Gerias, Lúcio Otoni, informou que os seguranças não foram contratados pela empresa mas, sim, pelo shopping.

Otoni também informou que enquanto a medida não começar a valer oficialmente, os cinemas irão continuar vendendo ingressos a meia-entrada de forma ilimitada. "Ainda faltam 180 dias para essa medida ser aprovada. Não tem nada certo ainda, mas as salas irão continuar atendendo da mesma forma. Se tiver 100% de estudantes como público, serão 100% de entradas vendidas pela metade do valor. Temos que democratizar o acesso às salas de cinema e também a cultura", disse.

Porém, perguntado sobre os seguranças que agrediram os manifestantes, Otoni continuou afirmando que eles eram contratados pelo shopping. Já a assessoria do Shopping Cidade, informou à reportagem, por meio de nota, que a administração do local acompanhou de longe a manifestação, deixando à cargos dos seguranças da Cineart, o controle da situação.

Confira, na íntegra, o comunicado:
"O Shopping Cidade comunica que na tarde desta terça-feira um grupo de manifestantes invadiu o cinema instalado no Piso GG do centro de compras, administrado pela Cineart, para protestar contra a lei sancionada pela Presidente Dilma Rousseff, que restringe a meia-entrada para estudantes ao equivalente a 40% do total de ingressos oferecidos em eventos culturais e esportivos.

A fim de garantir a segurança e integridade dos seus clientes e lojistas, a equipe de segurança do Shopping Cidade acompanhou pacificamente toda a manifestação, do lado de fora do estabelecimento, onde a segurança privada da Cineart tomava as medidas cabíveis para conter os manifestantes.

Salientamos ainda que o Shopping Cidade não tem responsabilidade sobre o acontecimento e se reserva ao direito de não manifestar sobre o assunto."

Os manifestantes prometeram uma nova manifestação para esta quarta-feira (7) e disseram que "desta vez será maior".

Juliana Baeta | Anderson Rocha

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