Veja-18/02/13: O vigia Domigos Pereira foi a primeira das cinco testemunhas de acusação a ser ouvida depois da abertura do julgamento do ex-seminarista Gil Rugai, na tarde desta segunda-feira. O réu foi denunciado pelo Ministério Público pelo assassinato de seu pai e da madrasta em 28 de março de 2004, em São Paulo.
Com a voz trêmula, Domingos, que estava em um programa de proteção de testemunhas após dizer ter sido ameaçado, reconheceu Rugai como um dos dois homens que viu na noite do crime. O juiz Adilson Paukoski pediu para que Rugai, vestido de terno, gravata e óculos, se levantasse para que a testemunha o reconhecesse. Domingos confirmou que a pessoa que viu era Rugai. O juiz ainda perguntou se ele tinha certeza da afirmação. “Absoluta”, respondeu.
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Gil Rugai chega para julgamento no Fórum da Barra Funda. Foto: André Lessa/Estadão Conteúdo |
Ameaças – A promotoria chegou a pedir que a plateia fosse retirada do júri durante o depoimento de Domingos, devido às ameaças que a testemunha alega ter sofrido. A guarita em que trabalhava na época do crime foi incendiada. O juiz, porém, decidiu que não havia previsão legal para esse procedimento, além da testemunha não estar mais no programa de proteção.
No inquérito, Domingos chegou a dar dois depoimentos à polícia em que negou saber quem eram as pessoas que saíram da residência das vítimas. No terceiro depoimento, afirmou que Rugai era um dos suspeitos. O delegado, segundo Domingos, teria dito que ele mentiu no depoimento, o que o levou a dar uma segunda versão indicando Rugai.
Ao juiz, Domingos ainda disse que não era louco, referindo-se a uma entrevista dada por sua mulher ao programa Fantástico, da Rede Globo. “Eu não rasgo dinheiro. Doido para mim é quem rasga dinheiro”, afirmou. O vigia ainda contou que, logo depois da veiculação da reportagem, homens que se apresentaram como policiais teriam ido a sua casa para ameaçá-lo. Segundo a testemunha, a mulher deu a entrevista porque estava nervosa com a situação. A esposa chegou a dizer que o marido nunca tinha visto Rugai na cena do crime.
A previsão é que o julgamento de Gil Rugai dure até cinco dias. Cinco homens e duas mulheres foram escolhidos para decidirem se Gil Rugai será considerado culpado ou inocente do crime. Entre as profissões dos jurados estão engenheiro, diretor de escola, assitente contábil e funcionário do Banco Central.
Luís Carlos Rugai, pai do réu, e a madrasta, Alessandra de Fátima Trotino, foram mortos com tiros nas costas na casa onde moravam na Zona Oeste de São Paulo. A promotoria afirma que Gil Rugai assassinou os dois por dinheiro e para não ser denunciado em um esquema de desvio de dinheiro da produtora de vídeo do pai. A defesa de Rugai afirma que ele estava a mais de quatro quilômetros do local do crime quando aconteceram os assassinatos.
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