Gazeta Web-29/08/12: A relação entre o engenheiro Sérgio Falcão e o principal suspeito pelo assassinato, que seria um policial militar reformado, não era apenas profissional. O homem que se dizia segurança e o dono da Construtora Falcão mantinham um vínculo de amizade e convivência frequente, tanto no apartamento onde ocorreu o crime, como em saídas no carro do empresário pernambucano, morto terça-feira, com um tiro na boca, cuja bala trespassou o crânio e se fixou no teto do closet.
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Ontem, peritos voltaram ao apartamento do empresário, à beira-mar de Recife, onde ele foi morto. (Foto: JC Imagem) |
O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Pernambuco já identificou o suposto segurança, mas não revela a identidade dele. O delegado Wagner Domingues confirma que um advogado deste “amigo” da vítima manteve contato para garantir que ele deve se apresentar à 3ª Delegacia de Homicídios do DHPP até a próxima segunda-feira.
“Se ele se apresentar, será ouvido como testemunha (e não como suspeito), porque eu ainda estou trabalhando com duas hipóteses: de homicídio ou suicídio”, antecipou. O delegado Domingues informou que, até ontem, não tinha tomado nenhum depoimento em respeito ao luto da família e, por isso, não saberia sequer informar detalhes sobre a relação entre a vítima e este homem. “Há informes de que o engenheiro o contratava como free- lancer (para fazer segurança)”, mas precisamos checar.
Sempre citado como um segurança (ou ex-segurança) de Sérgio Falcão, este homem teve a entrada autorizada por Falcão, momentos antes do crime, e foi filmado pelo circuito interno manuseando uma arma na cintura. Uma empregada que estava no apartamento disse ter recebido ordem do engenheiro para manter a porta da cozinha fechada. Após o barulho do disparo, o suposto segurança foi visto saindo do prédio, aparentando estar nervoso. Foi a empregada quem chamou a polícia.
A hipótese de suicídio foi levantada pela perícia, após a indicação de que o cano da pistola, provavelmente, foi colocado na boca e a trajetória da bala seguiu para cima, atingindo o teto. Só que nenhuma arma foi encontrada no local, numa conclusão óbvia de que alguém a levou. Ao mesmo tempo, não se tem notícia de que o construtor teria deixado alguma carta ou mensagem apontando os motivos do suposto suicídio.
Mesmo assim, o delegado Domingues prefere afirmar que o suicídio não é uma hipótese remota. “Ainda é muito cedo para conclusões, não podemos descartar nenhuma linha, há 50% de chance de ser suicídio e 50% de ser homicídio”. Questionado se trabalha com a tese de crime passional, o investigador descartou tecer qualquer comentário neste sentido. “É prematuro”.
O delegado também disse não ter recebido ainda nenhuma informação de ameaças de morte sofridas por Falcão. O empresário enfrentava problemas na Justiça por causa de obras inacabadas e travava disputas judiciais com clientes que investiram em apartamentos e nunca foram entregues.
O enterro de Sérgio Falcão foi marcado pelo clima de comoção e revolta, ontem à tarde, no Cemitério Morada da Paz, no município de Paulista, região metropolitana de Recife. Em Maceió, onde a construtora realizou dezenas de empreendimentos, o empresário foi lembrado, com um minuto de silêncio, durante um café da manhã promovido pela Associação das Empresas do Mercado Imobiliário e Sindicato da Indústria da Construção Civil.
Por: Maurício Gonçalves - Repórter veja também:
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