Jornal Tribuna Hoje - 23/07/12: Uma operação desencadeada na madrugada desta segunda-feira (23) prendeu 19 pessoas com idade entre 18 a 52 anos, sendo dois policiais civis, funcionários do Hiper Card em Alagoas, comerciantes, servidores públicos e jovens de classe média alta. O principal objetivo da ação foi desbaratar a gangue que se aproveitava de conhecimentos de informática e equipamentos eletrônicos para clonar cartões de débito e crédito de clientes em Alagoas e estados do Nordeste.
Foram apreendidos também vários materiais em residências e em cinco pontos comerciais de Maceió, São Miguel dos Campos e Barra de São Miguel. Também estão sob custódia 14 carros, dois jet skis e uma moto, todos apreendidos durante a operação policial e fruto do crime, além de maquinetas, CPUs, celulares, arma, munição e R$ 35 mil.
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Esposa de promotor foi vítima da quadrilha. (Foto: Sandro Lima) |
De acordo com o coordenador do Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc), do Ministério Público Estadual (MPE), Alfredo Gaspar de Mendonça, o bando criminoso agia de quatro formas diferentes: pela internet, conseguindo comprar informações de proprietários de cartões por um preço de R$ 100 cada; impressoras específicas para transferência de dados para o cartão em branco; Por agências dos Correios e porteiros de prédios com pessoas selecionadas a passarem informações de cartões dos condôminos que chegassem e com comerciantes coniventes que aceitavam arrecadar informações de clientes para os fraudadores. “O comerciante conivente com a fraude ficava com 50% do produto faturado pelo crime”, disse.
Segundo o promotor e coordenador do Gecoc, a quadrilha agia com várias bandeiras de cartões de credito, sobretudo Hiper Card. O prejuízo mensal girava em torno de R$ 1 milhão. “Um novo vírus no valor de R$ 40 a 60 mil já está circulando na internet do qual consegue capturar informações genéricas de compradores virtuais. Existem outras quadrilhas que agem da mesma forma e que provavelmente diante da operação devem dar uma parada quanto ao tipo de golpe”, avisou Alfredo Gaspar de Mendonça, durante entrevista coletiva à imprensa na tarde de ontem.
Os dois policiais civis não têm participação ativa dentro da quadrilha, porém vazaram informações para o bando criminoso. Os 22 mandados de prisão e 25 de busca e apreensão foram expedidos pela 17ª Vara Criminal da Capital.
Crime do Século
O próprio coordenador do Gecoc, Alfredo Gaspar de Mendonça, teve sua esposa como vítima da quadrilha de falsificadores de cartões. “Infelizmente são pessoas da classe média alta com formação superior e grande conhecimento em informática e eletrônicos, que utilizavam a inteligência para o lado ruim. Eles usavam os cartões com o próprio nome, mas o código de barra do cartão com conteúdo falso, com informações de vítimas que geralmente utilizavam cartões de débito e crédito rotineiramente”, explicou.
“Dos 19 presos nesta operação, 12 confessaram o crime e detalharam o modus operandi da quadrilha. Eles disseram não ter dificuldade alguma para agirem na clonagem de cartões de crédito e débito pelo principal motivo das vítimas não terem como comprovar que não efetuaram a compra, eles descobriam até mesmo aqueles cartões que possuem senha. Uma verdadeira cadeia criminosa que descobriu a forma de conseguir dinheiro fácil”, informou.
Alfredo Gaspar disse ainda que a quadrilha já tinha programado viagens para Fortaleza e Salvador no intuito de utilizar a prática em outras capitais do Nordeste.
Scanner ótico
O promotor foi enfático ao afirmar que um equipamento utilizado como scanner ou leitor ótico é muito utilizado no comércio e que pode se confundir com a própria maquineta do cartão. Ele fez questão de mostrar para à imprensa o equipamento e alertar o consumidor no sentido de tomar extremo cuidado na hora da compra.
Algumas vítimas já foram identificadas e serão convidadas a prestar depoimento. As operadoras de cartões também foram chamadas para discutir uma forma de garantir segurança para seus clientes.
A suspeita de que guardas municipais de São Miguel dos Campos estejam envolvidos na gangue, além de um candidato a vereador.
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