Jornal Diário de Cuiabá-19/12/11: A família do empresário Adriano Henrique Maryssael de Campos, 73, dono do Restaurante Adriano, morto a tiros por um vigia do Banco Itaú, agência na Carmindo de Campos, em Cuiabá, quer ser indenizada por danos morais e materiais.
Cliente antigo do banco, o empresário foi executado com três tiros pelo segurança Alexsandro Abílio de Farias, de 27 anos, no momento em que tentava deixar a agência. O crime aconteceu no dia 21 de junho deste ano, pouco antes das 12h. No entendimento do advogado da família, Flávio Bertin, mesmo sendo o segurança funcionário de uma empresa terceiriza, a Brinks, a instituição bancária é responsável direta, portanto responde pelos serviços e suas conseqüências.
De acordo com Bertin, nesse caso a culpa seria “in eligendo”, ou seja, por escolher mal o funcionário. “Os responsáveis pelo banco foram negligentes ao permitir que uma pessoa desqualificada estivesse trabalhando lá”, assinala.
Flávio Bertin teve acesso às imagens do crime gravadas pelas câmeras da agência. Segundo ele, é possível dizer que o crime foi premeditado, que o segurança teve 14 minutos, tempo de permanência de Adriano no interior do banco, para planejar como o executaria.
Se houve ofensas, como alegou o assassino em depoimento à polícia, as imagens não mostraram. E, ainda, não justificaria agir com tamanha crueldade, como fez o segurança. Bertin observa que Adriano não era um estranho, mas um cliente que estava no banco diariamente.
Conforme apurou a polícia, Alexsandro travou a porta no momento da saída do empresário e o matou. Para fugir do local, disparou um tiro contra uma parede de vidro e em seguida roubou uma moto, apontando o revólver ao motoqueiro que estacionava na frente.
Conforme Flávio Bertin, além do sofrimento gerado pela perda, a morte de Adriano Maryssael trouxe uma série de prejuízos à família, entre os quais a necessidade de fechamento do restaurante que mantinha em um shopping da cidade.
Com uma filha pequena, a única filha de Adriano, Stephania Lodi Marissael de Campos, que é psicóloga, abandonou sua carreira e assumiu a direção do restaurante, mantendo apenas a unidade da Avenida Getúlio Vargas em funcionamento. “A família está sendo penalizada”, completa. Sem citar valores, Flávio Bertin disse que antes de ingressar com a ação que hoje tramita na 14ª Vara Civil de Cuiabá, a família tentou uma acordo, não sendo possível porque, segundo ele, o banco vê a morte de Adriano como um acidente.
A reportagem do Diário tentou ouvir o banco por meio da assessoria de imprensa em São Paulo, mas ninguém atendeu ao telefone que consta no site da instituição. Optou-se então, por enviar uma mensagem por e-mail, mas até o fechamento desta edição não havia obtido resposta.
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