Vigilante acorrenta filho - SE



Jornal Infonet-10/10/11: O vigilante Adilson Santos tomou uma decisão radical, acorrentando o filho, um adolescente de 17 anos, que apresenta distúrbio considerado grave de esquizofrenia, conforme atenta a psiquiatra Glaise Franco, do Hospital Universitário. “Quando ele está com crise ninguém segura em casa, ele foge e fica solto pelas ruas, sem a gente saber por onde ele anda”, conta o pai, sem esconder o transtorno e o desamparo. Nas ruas, há pessoas que o confundem com usuário de drogas e até o agridem, segundo os vizinhos.

Local onde adolescente passou 
o dia acorrentado.
Fotos: Portal Infonet
Na semana passada, o adolescente fugiu do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) e desapareceu. “A gente só achou ele no domingo de manhã porque um pessoal que é amigo nosso viu ele no Bugio”, disse. No mesmo domingo, 9, o vigilante constatou que o filho estava dormindo em uma calçada. “Consegui a ajuda de outras duas pessoas e a gente amarrou ele e levou pra casa”, conta o vigilante.

Em casa, o vigilante contou com a ajuda de vizinhos que compraram cadeados e correntes. Ele passou todo o dia acorrentado em casa, preso a uma cama de solteiro. “Só assim a gente conseguiu chamar o Samu para trazê-lo aqui para o Hospital São José”, disse. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado nesta segunda-feira, 10, e chegou à residência no Loteamento Nova Liberdade no final da manhã para encaminhá-lo ao São José, que é a retaguarda em saúde mental.

Tratamento continuado
Adilson Santos: desespero para 
atender o filho
No Hospital, a equipe técnica confirmou o internamento, revelou que se trata de paciente já conhecido, mas não transmitiu informações sobre o estado de saúde dele, justificando que todos os procedimentos referentes a pacientes são sigilosos.

O vigilante informou que antes o filho dele teria passado por internamento no Hospital Universitário, onde permaneceu por um período de cerca de 20 dias. Ao final da internação, a psiquiatra Glaise Franco emitiu atestado classificando que se trata de paciente que apresenta “caso grave e incapacitante de esquizofrenia com severo comprometimento de juízo, de realidade, cognição e pragmatismo”.

Karina Cunha: necessário 
tratamento continuado.
Foto: AAN
O líder comunitário Serafim Fontes acompanha o sofrimento da família do adolescente e cobra providências do poder público. “Falta ação do poder público para não deixar o adolescente neste estado. O poder público tem que adotar providências porque a situação requer cuidado”, analisa o líder comunitário.

A coordenadora da Rede de Atenção Psicossocial da Secretaria Municipal de Saúde, Karina Cunha, informou que a Prefeitura de Aracaju dispõe de serviço especializado que dá acompanhamento a pacientes com o perfil do adolescente em questão. Ela desconhece o caso específico, mas garantiu que entrará em contato com o Hospital São José para obter maiores informações para que a Secretaria Municipal de Saúde possa prestar o atendimento adequado. “Pacientes com este perfil precisa de um tratamento continuado e vamos montar uma estratégia para ver o que está acontecendo, avaliar o quadro e ofertar o melhor cuidado ao usuário”, argumentou.

Por Cássia Santana

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