'Não tive nem o direito de chorar no enterro', alega irmão de ex-monitor - AL



Jornal Gazetaweb-03/10/11: Com camisas estampando o termo “Saudade eterna”, familiares, amigos e colegas de trabalho do vigilante e ex-monitor da Unidade de Internação Masculina (UIM), Sérgio Amaro da Silva, 37 anos, reuniram-se em protesto, na noite desta segunda-feira (03), na Praça das Graças, no bairro da Levada, para clamar por justiça e pelo fim da impunidade em Alagoas, onde a celeridade no processo investigativo dos crimes – bárbaros ou não - e sua elucidação perante o Poder Judiciário, não são inseridas no rol das prioridades. Este não é o desejo da família de Sérgio, assassinado a tiros no dia 27 do mês passado, cujo corpo só foi encontrado dois dias depois, em seu apartamento, situado no Eustáquio Gomes.

“Sérgio não teve um enterro digno e nós não tivemos o direito de chorar”, desabafou o irmão da vítima, Jerônimo Gomes, ao comentar acerca do crime. “O corpo já estava em estado de decomposição e a gente foi obrigado a enterrá-lo imediatamente. Posso afirmar que ela mesma [esposa da vítima] matou meu irmão, já que confessou, friamente, a autoria do assassinato; portanto, o Estado omitiu o flagrante. Só para você ter uma ideia, Márcia era tão ciumenta, que dizia que o esposo não iria ficar com mais ninguém, se não fosse com ela”.

Ao ser questionado a respeito da postura da polícia frente ao processo criminal, Jerônimo apresentou-se inquieto, tendo em vista uma “falta de ação”, conforme declarou. “Nós, como família alagoana, que defendemos a bandeira da justiça, da paz, e não da impunidade, pedimos um basta nisso, e que haja, realmente, solução para todos os crimes”.

Em frente à Igreja Nossa Senhora das Graças, onde foi realizada, esta noite, a Missa de 7º dia, sob olhares tristes e pesarosos, parentes do vigilante confirmaram que, nesta quarta (05), se reunirão com o delegado responsável pelo caso, Guilherme Bezerra, do 10º Distrito Policial (10º DP). “Já estamos com um advogado e vamos, também, ao MP [Ministério Público], para pedir agilidade no processo. A vida não pode ser tratada com banalidade”, destacou Jerônimo Gomes.

Ré-confessa
Acusada de matar o próprio marido, Márcia Maria de Oliveira de Castro, 49 anos, entregou-se à polícia, nesta segunda, acompanhada de seu advogado. O ex-monitor da UIM, Sérgio Amaro da Silva, teria sido morto pela dona de casa, no dia 27 do mês passado.

Em depoimento prestado ao delegado Guilherme Bezerra, Márcia alegou que cometera o crime em legítima defesa, pois Sérgio costumava ser bastante agressivo. Após ser ouvida, Márcia foi liberada, visto que o prazo do flagrante expirou.

Já a família nega a veracidade do depoimento. O sobrinho da vítima, Marcos Castela, garantiu que Márcia premeditou a execução e “assassinou o esposo friamente, por ciúmes”. “Ela [acusada] matou meu tio pelas costas, com um tiro, e, quando ele caiu, deu outro no peito esquerdo, sem piedade, já para pegar no coração mesmo. A mulher é má, é bandida”, externou.

Segundo Marcos, um dia após o assassinato, a dona de casa retornou ao apartamento, recolheu todos os seus pertences e deixou o local, dispensando qualquer atitude com relação ao corpo. “O casal não vivia bem, era muita briga, confusão; inclusive, eles já haviam se separado algumas vezes, tudo por causa dela. Ela era sustentada por ele e, agora, está toda feliz por causa da construção de uma casa imensa na Barra Nova”, comentou.

No decorrer da entrevista, o sobrinho lembrou que um dos filhos de Maria, conhecido como “Marcinho”, está foragido da Justiça, em São Paulo, por ter cometido dois crimes. “Não somente ela é perigosa, mas também o filho. Márcia tirou a vida de um homem honesto e trabalhador, que morreu de graça, infelizmente”.

A família afirmou sentir-se temerosa pelo fato de a acusada encontrar-se em liberdade.

Relembre o caso
O corpo de Sérgio Amaro da Silva foi encontrado, por colegas de trabalho, despido e em avançado estado de decomposição. Após cometer o homicídio, a esposa deixou a chave na portaria e avisou ao porteiro que o vigilante chegaria para pegar o objeto.

No mesmo dia do assassinato, Márcia Maria entrou em contato com o Centro Integrado de Operações da Defesa Social (Ciods), confessando que matara o próprio marido; entretanto, a polícia não acreditou na versão da dona de casa. Passados dois dias, ela ligou para um amigo policial, que ouviu a confissão e apurou o caso.

Por Jobison Barros

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